O Pássaro Acorrentado
Foste aventureiro e sonhador
Ousaste chegar ao tesouro
Acreditaste que ele existia
Mas quando pensaste que já estavas perto
Foste apanhado no fogo cruzado
Trespassado por balas
As feridas exteriormente foram sarando
Tornando-se em cicatrizes
Que por vezes penso que não serão mais do que canais de alimentação das feridas profundas da alma
A trovoada deixou de ter chuva, tornou-se seca como os teus olhos
O Sol deixou de te aquecer o coração
A noite deixou de ter o brilho das estrelas
A água deixou de te refrescar a alma
O que deve ele fazer?
Tornar-se amargo e não confiar nas pessoas. Odiar aqueles que encontraram tesouros escondidos, porque ele não conseguiu encontrar o seu. E procurar manter sempre o pouco que tem, porque se sente pequeno demais para abraçar o mundo...
Ele não consegue fazer isso...
Mas a sombra também teima em não o largar... Teima em lhe ofuscar tudo, em persegui-lo... Ele sente o coração gelado... Ele não sabe quanto tempo mais aguentará sem lhe ceder... Ele não sabe até onde irão as suas forças...
Ele sente-se um aventureiro acorrentado... Uma ave cujas asas foram cortadas... Uma criança proibida de brincar...
Será que ele ousou chegar ao tesouro cedo demais?!... Ou será que esse tesouro simplesmente não existe?!...
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